Cróceos pergaminhos da alma

Já me conheces.

Percebes o cerúleo e pensativo olhar em minha mudez...

nas linhas não ditas dos lençóis de maresia...

Sabes bem que é no silêncio e aconchego

de minhas xícaras de canyons aquietados e profundos que mais falo...

Digo por linhas não escritas, palavras não ditas, reticências infindas e estrepitosas

que causam tanto estrondo que só a afonia da alma

para expressar tanto sentimento - sonhos absurdos e densos...

Neste íntimo deleitar surgem antigas iluminuras nos cróceos pergaminhos da alma...

Indubitavelmente, neste território açafroado de luz

inexiste a penúria de palavras, pois sobejam versos

no cadenciar descompassado das tessituras de meu silencioso poema...