Pétalas de Libélulas e Colibris

Não quero mais olhar as faces da noite

que cortinavam sobre minha alma...

Sei, sonhei espalhar estrelas sobre os olhos que me fitam...

e, nem uma pétala eu soube amealhar para os pés que meditam.

Só soube transformar flores em teorias,

fazer ramalhetes de abstrações...

ainda não aprendi conviver raízes

ou compreender caules cansados e enfadados de mim...

preciso aprender o silêncio das sementes...

que um dia morrem sob a terra

para depois gerar compaixão e amor

em pétalas de libélulas e colibris...

e, preciso muito, preciso sim,

abrir os olhos para ver aquele toque de luz

que faz a alma se perceber compreendida e ouvida...