Odiadores da Beleza

E o ódio

E a raiva

E o pavor

Dos fabricados em nascenças torpes

Dos agourados em partos

Dos depósitos de feiúras perniciosas

Dos maltrapilhos caolhos enfeitiçados pelos dogmas em pilhas a beira de estradas secas mortas íngremes

E o ódio a vapor

E a raiva que enraíza

E o pavor que agoniza

Os odientos pegajosos

Dos lamaçais virulentos

Homens que odeiam

Qualquer vínculo de beleza

Homens que se agonizam face a

a volúpia tenaz do belo

Homens frios, métricos, céticos,

secos, vampiros do caos de si mesmo

Dessa secura profunda oriunda

dos nefastos apetrechos volúveis

engasgados pela volúpia que vaporiza poesia !

Homens frios retos esqueléticos de tão secos de tão racionais

Homens frios retos oblíquos obtusos

de tão embevecidos da tontura tonta

dos seus dias como fastios agonias

Distante da loucura macia dos nascedouros da beleza

Homens frios inertes perversos

grossos rudes toscos

Sem nunca terem sido o gozo de se prostituir com o ventre quente em cores em cheiros em odores

do útero - alegria

dos úberes - alegria

Maestria sagrada

onde grita e palpita

tremula e orbita

os rastros e pegadas

em sonhos - ousadias .

Rasgaduras e rupturas

dos verbos - substantivos

portadores da Boniteza

alimento de mulheres e homens vivos diante do delírio e do fascínio da beleza de existir !

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 13/01/2023
Reeditado em 13/01/2023
Código do texto: T7694166
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.