Sou
Sou uma linha invertida
Em meio à tua história;
Uma digressão inesperada
No rumo da tua vida.
Sou o verso de pé quebrado,
O discurso controvertido,
A palavra súbita e teimosa
Que quer sempre mudar o sentido
De toda a tua existência.
Sou a deusa esquecida
Após a partida dos imortais,
Aquela que se fez mulher
Por amor a um homem incomum.
Sou o atalho para a alegria,
A estrada encoberta
Para um paraíso perdido,
Todo ele construído
De amor e palavras.
Mais que tudo, sou agora
Uma mão invisível
A impedir-te que me arranques,
Página solitária que sou,
Do livro do teu destino.