"ME ENVENENA" Poema de: Flávio Cavalcante
ME ENVENENA
Poema de:
Flávio Cavalcante
I
Aquele que chama a morte me envenena
Destrói toda a minha projetada estrutura
Igual a catraca sem dente não engrena
Ao contrário da ignorância sem cultura
II
Tipo de amor que não veio pra fazer o bem
Seu veneno mata, seca e não deixa vestígio
O antídoto é um mistério, guarda quem o tem
É um diamante que só o tem quem tem prestígio
III
Me envenena, me domina e depois me alucina
Os deuses agradecem a doçura do seu néctar
Seu beijo e seu sorriso matam igual a carabina
Sei que é veneno, mas é nele que eu quero estar
IV
O mordiscar dos teus lábios é totalmente letal
Mobiliza, paralisa até o corpo inerte padecer
Veneno que mortaliza o que é do bem e do mal
Misturado ao seu beijo chegar até desfalecer
V
Me envenena e me faz do teu gato e sapato
Me faz provar do teu fruto proibido envenenado
Seja a serpente que no paraíso fez um desacato
Seja a mulher do homem doente mal curado