"ME ENVENENA" Poema de: Flávio Cavalcante

ME ENVENENA

Poema de:

Flávio Cavalcante

I

Aquele que chama a morte me envenena

Destrói toda a minha projetada estrutura

Igual a catraca sem dente não engrena

Ao contrário da ignorância sem cultura

II

Tipo de amor que não veio pra fazer o bem

Seu veneno mata, seca e não deixa vestígio

O antídoto é um mistério, guarda quem o tem

É um diamante que só o tem quem tem prestígio

III

Me envenena, me domina e depois me alucina

Os deuses agradecem a doçura do seu néctar

Seu beijo e seu sorriso matam igual a carabina

Sei que é veneno, mas é nele que eu quero estar

IV

O mordiscar dos teus lábios é totalmente letal

Mobiliza, paralisa até o corpo inerte padecer

Veneno que mortaliza o que é do bem e do mal

Misturado ao seu beijo chegar até desfalecer

V

Me envenena e me faz do teu gato e sapato

Me faz provar do teu fruto proibido envenenado

Seja a serpente que no paraíso fez um desacato

Seja a mulher do homem doente mal curado

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 12/01/2023
Código do texto: T7693333
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