Insólita Ave

De onde venho?

Como saber se não há como saber para onde vou?

Me perguntas se sou insólita ave, de rotas asas, feito tu...

No abismo em que me olho vejo a mim e a ti,

asas fatigadas, sangue vivo de tão longos voos

salpicando nossas penas,

nossos bicos limpando-as, triste e pacientemente...

Se posso pousar ao seu lado ainda que escuro?

Saberás se ouvires minha linguagem,

meu cântico insólito, e tua alma nele se reconhecer e se ver...