O pinhal

O pinhal

Os meus pés descalços são companhia nas sortes palmilhadas dos devaneios

Numa sintonia entre a magia da vegetação nos espectantes passeios

A pulsação que me desafia os percalços dos imponentes pinheiros

Bate forte nos caminhos iluminados pelos radiantes astros dos dias soalheiros

Tudo é paradisíaco neste silêncio avassalador que me engole e me alicía

Até o calor púdico me veste de uma transparente hera que sem pudor me acaricía

A alma se despe neste pinhal de verde quente silvestre solitário

Um cheiro cipreste ambiente vem com uma brisa suave do imaginário

As raízes avançam pelos terrenos em fissuras ramificadas carinhosas

Abrem estradas em leitos serenos à sombra das árvores frondosas

Curvas sinuosas marginais serpenteiam felizes o lacrimejante tapete de moliço

Que cai do céu com a ventania neste chão de atrito periclitante movediço

E é assim que até me esqueço com alegria do meu pensamento

Para quê chamá-lo de mim se enfim ele já me vive dentro?

Luísa Rafael

Direitos de autor reservados

Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 11/01/2023
Código do texto: T7692176
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.