Vou observando quieta
Vou observando
Quieta
A tua acrobacia
Na minha pele
Deserta
De garras afiadas
Cravadas
De carinhos
Por vastos caminhos
Na selva
Por ti desbravada
Tão lisa
Tão sem nada
O teu sentido
Explorador
A cor
Do olhar
Nesses faróis
Rasgados
Incandescentes
São os sois
Fulgentes
Que procuro
Nos lençóis
Quentes
Enrugados
Das diabruras
Do teu corpo
Em novelos
Iludidos
Desassossegados
Dormem
As tuas ternuras
No meu peito
Os sonhos
Calados
Que com olhar
Felino
Às escuras
Espreito!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal