Abraço de alma
Abraço de alma
Preencho vazios em corpos despidos de lembranças
Tatuados de letras singelas douradas de esperanças
Melodias rimadas com todo o alfabeto
Em peles macias dolentes de afecto
Elos quebrados no meu corpo dorido
De cordas traçadas que dormem comigo
Amarras em liberdade pela força do abraço
Que mata a saudade pela falta de espaço
Nascem flores em botão de sementes de sorrisos
Faz-se luz na escuridão em verdejantes paraísos
Curvo-me em acolhimento numa posição fetal
Embalo a solidão num retiro espiritual
Junto todos os pedaços e edifico um ninho
Aberto à partilha de ideias e carinho
Neste meu deserto vivo o amor das efemeridades
Que guardo no silêncio das minhas eternidades!
Luísa Rafael
Direitos de autor reservados
Porto, Portugal