Territórios Escuros

Meus olhos seguem as naus

carregadas de silêncios

que navegam os territórios

obscuros de meus pra dentro.

Minha decepção é comigo mesma

e talvez eu ainda não saiba compreender

os meandros de minha própria alma

que, movida pelos silêncios,

faz acordos com a solidão.

Sei que preciso parar de calcular perdas

e caminhar no sentido de olhar como fazer

uma flor nascer no deserto que eu mesma me fiz.

Olho os desdobramentos das coisas em mim,

aproximo-me da dor ao aglutinar

correntes incoerentes ao meu existir.

Mas, quero caminhar para longe

do mal que me derrubou.

Olho as naus que navegam

os territórios obscuros de meus pra dentro,

olho-as, calada, nesse mar de silêncios...

deixo que sigam...

que vão e levem consigo o ódio

e o rancor que não quero,

que não me permito mais, que não me pode,

de jeito nenhum, meu interior habitar...