Por vezes, sim, perco-me
Por vezes, sim
Perco-me
Na imensidão
De mim
No silêncio
De uma melódica
Escuridão
Caótica
Que vem
Lá do fundo
Por explorar
Há um mundo
Escondido
Fracturado
Por memórias
De um passado
A gritar
Diluído
Em sonhos
Coloridos
Famintos
De se concretizar
Sinto
Uma paz
Interior
Pintada de quimeras
Que me traz
À superfície
Outras Primaveras
Que desejo
Viver
Almejo
Há uma música no ar
Uma pauta
Bailarina
A voar
Um coro de esperança
De passarinhos
A chilrear
E eu
A acompanhar
Este dançar
Abro caminhos
De coragem
Mergulho na natureza
Num manto
Em flor
De cor
Framboesa
E canto
O que o coração diz
Sou feliz!
Com uma voz rouca
E bem baixinho
Não vá pensarem
Que sou louca!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal