CAPITULAÇÃO
Um gerânio desiste, tadinho,
À janela das tardes cediças,
De levantes e motins funestos
Sem chancelas e sem protocolos.
O tempo é tessitura do azul
Das horas abortadas da espera,
E na vida-besta tudo é espera.
Permanência é desengano em curso.
Auroras vomitadas pelo abismo
Vão grunhindo indiscrições patéticas.
Amarelos calam pesadelos.
Céu que se abre, gerânio desiste,
Tadinho, dum qualquer papelão
Que a tarde vez por outra ainda sonhe.
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