CAPITULAÇÃO

Um gerânio desiste, tadinho,

À janela das tardes cediças,

De levantes e motins funestos

Sem chancelas e sem protocolos.

O tempo é tessitura do azul

Das horas abortadas da espera,

E na vida-besta tudo é espera.

Permanência é desengano em curso.

Auroras vomitadas pelo abismo

Vão grunhindo indiscrições patéticas.

Amarelos calam pesadelos.

Céu que se abre, gerânio desiste,

Tadinho, dum qualquer papelão

Que a tarde vez por outra ainda sonhe.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 10/01/2023
Código do texto: T7691183
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