vivo uma guerra de cem anos
sou a inglaterra de mim mesma
sofro as dores de uma guerra
entre a razão e a loucura
o que desejo levar nos olhos
as coisas que passam e se tornam mundos
minha pátria tem um tirano e uma súdita
rogo preces a deus em busca de gaiolas vazias
a graúna não canta mais na minha madrugada
o soldado está mutilado e não ri mais
troco de coração a cada quinze minutos
do suplício neste maldizer
levei o grito para as montanhas
abri o mar para passar outro gigante
o da minha eterna vigilância
trago peixinhos no bolso da blusa
com cuidado, com cuidado
a morte fez-me crescer além everest