SURTO
SURTO
Como pano de fundo um surto
Trazendo junto um susto
Espalhado por todo o chão
Chão verde que poderá transformar-se
Em inundação vermelha de sangue
Aos borbotões de praias a sertões
Dos pés à cabeça
Do Oiapoque ao Chuí
Tudo se resume ao umbigo no cerrado
Onde um centro de poder plantado
Esgarça-se em conchavos e podridão
De direita a esquerda nem aí para a nação
Desacordos levam a escusos acordos
Impunidade grassa sem graça
Alavancando desgraças
Desgraçados alternam-se na orgia
Instituições funcionam normalmente
Anunciando o fim de nossos dias
E os dementes e os que mentem
Refastelam-se no butim
Com suas promessas messiânicas
Na verdade satânicas
Fazendo da vida enfim
Um inferno sem fim