SURTO

SURTO

Como pano de fundo um surto

Trazendo junto um susto

Espalhado por todo o chão

Chão verde que poderá transformar-se

Em inundação vermelha de sangue

Aos borbotões de praias a sertões

Dos pés à cabeça

Do Oiapoque ao Chuí

Tudo se resume ao umbigo no cerrado

Onde um centro de poder plantado

Esgarça-se em conchavos e podridão

De direita a esquerda nem aí para a nação

Desacordos levam a escusos acordos

Impunidade grassa sem graça

Alavancando desgraças

Desgraçados alternam-se na orgia

Instituições funcionam normalmente

Anunciando o fim de nossos dias

E os dementes e os que mentem

Refastelam-se no butim

Com suas promessas messiânicas

Na verdade satânicas

Fazendo da vida enfim

Um inferno sem fim

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 10/01/2023
Reeditado em 12/01/2023
Código do texto: T7691077
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