Luz-solidão
Abro a porta
E me encosto no batente
Para ver a minha cara, e se ela me mostra os dentes
E o que dizer
Se ela vem e me chacoalha
Me retalha, como uma força latente
Que brilha e reproduz
Qualquer coisa tão desconhecida
Que ilumina esse ambiente, até essa luz
E se fecho a porta
Ela vem pelas paredes
Recortando a minha roupa
Com suas unhas e um estilete
Que brilha, via, como brilha
Arrepia minha voz e me reduz
E arrepia, a tua voz e te reduz
E arrepia a nossa voz e nos reduz.
Peixão89