Os teus silêncios
Os teus silêncios
Cada dia que passa me traz a tua voz suave calada
Que perpassa a minha alma a sós cheia de saudade e tão bem murada
Uma paz ameaçada no espelho quebrado da riscada solidão
Pelos traços em vermelho desenhado do teu silêncio na minha escuridão
Quando me vejo o meu olhar apaixonado beija docemente o teu
Pena que não sintas a dor do fado que a tua ausência lhes acometeu
Talvez mintas enfim aos teus olhos ausentes numa imprudência dolente
Fala para mim solenemente da tua essência que me deseja e não mente
Apenas quero o calor fervilhante do tua doçura e aconchego
Não me bastam os poemas numa mistura emocionante de amor e desassossego
Quero a loucura real da tua pele na minha nua já que afinal vivo nesta ilusão e apego
Não peço nada de grande dificuldade quando para mim falo
Já que não ouves o meu pensamento de felicidade que ondula em melodia num embalo
E quanto ao sentimento de magia em que vivo contigo numa união de fragilidade calo
Luísa Rafael
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Porto, Portugal