HIPOTÉTICAMENTEM

Dizem que no final da rua onde vivo

vive triste e solitariamente um vizinho

dizem tratar-se de um morto-vivo

não foi visto com alguém nem sozinho.

Em sua moradia, antiga e esfalfada

sem janela alguma nem porta

escapam com os ventos da madrugada

gemidos cuja alma se amedronta.

Óperas fúnebres de natureza morta

onde a curiosidade se embebeda de medo

de uma casa velha, que arquiva segredos

que até hoje não escaparam por aquela porta.

No final da rua onde misticamente vivo

tão desacompanhado e despreocupado

não subsiste angústia, nem frio, nem medo

apenas eu, e os entes com os quais convivo.

LADISLAU KOSTA
Enviado por LADISLAU KOSTA em 06/01/2023
Código do texto: T7687962
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