A cura

A cura

Não mais as lágrimas escorrerão pela imaculada pele do rosto

Na lividez ameaçada do coração na sua nudez exposto

Águas e sombras cinza apenas em máscaras chorosas

Para que eu minta às mágoas e as deixe de mim saudosas

Manterei a integridade da face limpa sem cortes nem feridas

Para que eu sinta o reflexo das dores contundentes esquecidas

Só assim os amores pendentes sentirão o céu dos olhos salgados

Beijarão com lábios quentes as cores ardentes dos pecados

Mostrarei ao mundo os rubores inocentes que me deixas em pensamentos

Só eu sei os calores quando me beijas com as carícias dos ventos

As estrelas perdidas pontuadas nas noites dos meus olhares

As luzes das madrugadas esculpidas com os fulgores dos astros solares

Sentirei a leveza do voo no firmamento na cura da minha interioridade

Com a firmeza suave que se quer no momento com a pura vontade

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 05/01/2023
Código do texto: T7687299
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