A cura
A cura
Não mais as lágrimas escorrerão pela imaculada pele do rosto
Na lividez ameaçada do coração na sua nudez exposto
Águas e sombras cinza apenas em máscaras chorosas
Para que eu minta às mágoas e as deixe de mim saudosas
Manterei a integridade da face limpa sem cortes nem feridas
Para que eu sinta o reflexo das dores contundentes esquecidas
Só assim os amores pendentes sentirão o céu dos olhos salgados
Beijarão com lábios quentes as cores ardentes dos pecados
Mostrarei ao mundo os rubores inocentes que me deixas em pensamentos
Só eu sei os calores quando me beijas com as carícias dos ventos
As estrelas perdidas pontuadas nas noites dos meus olhares
As luzes das madrugadas esculpidas com os fulgores dos astros solares
Sentirei a leveza do voo no firmamento na cura da minha interioridade
Com a firmeza suave que se quer no momento com a pura vontade
Luísa Rafael
Direitos de autor reservados
Porto, Portugal