Mini épico
O que eu almejo da vida são as exclamações. Dessas grandes, escritas em negrito e que antecedem um breve instante de silêncio.
Depois eu quero as interrogações. É desinteressante saber do todo e ainda tenho tantos cenários para explorar e tantas almas para lamber. É tão excitante não saber de nada as vezes.
Também quero os instantes que cabem dentro das aspas, dos parênteses, dos colchetes.
Quero as reticências que deixam no ar que o meu próximo capítulo poderá ser um épico escrito por Homero. Com dragões, sereias mortais e naufrágio. Há tantas apoteoses para me desmembrar das idades. Eu quero as catarses, gnosis e a comunhão nonsense e inesperada.
E aí e somente aí, receber de braços abertos o meu ponto final.