Casco e Tombadilho

Também já fui instrumento sem corda,

orquestra sem música...

e se de tudo vi, de casco a tombadilho,

de mar ao rio, da lua ao sol castiço

e ardido de ventos e lamentos

é porque busquei portos desconhecidos

com o único intuito de partir.

Mas ir pra onde se meus olhos enxergam

a verdade de quem não se pode cegar?

Inquieto-me e aquieto-me.

Nada mais digo... Nada mais direi... Nada mais...

Me calo, profunda e amplamente,

enquanto dos olhos chovem paradoxos

de um céu onírico e albergado de nuvens e sentimentos...