Quietude
É! As coisas longificadas do cotidiano
parecem chegar mais perto.
Constrange acolher palavras?
Simplifica-se o absurdo, justifica-se a mudez?
Como saber o passo a seguir
se não há gesto ou olhar à nudez do poema?
A alma encerra-se em palavras, mas a quem importa?
Um dia desejei flores no meu caminho,
de Cáucaso à Belém, pedi flores no meu caminho.
Hoje, desejo apenas desanuviar,
aparar a névoa da mente,
olhar simples o pensamento, deixá-lo ir,
então descansar e entregar-me ao silêncio,
a paz que só conquisto
na quietude de meu próprio corpo...