De tanto querer
Quero-te
como jamais
quiz a mim mesma.
Sonho-te inteiro e sempre e meu.
Espero-te
como quem espera a si mesma.
E vago a madrugada fria,
a envolver-me como a um anjo ateu.
Quero-te
na incômoda surdez dos meus dias,
onde o silêncio tem sido
meu açoite e meu algoz.
E a lua fria, distante,
companheira minha,
deixando clara a madrugada fria,
clareando o solo a esperar por nós.