INSUFICIÊNCIAS — 11h20 —

III

Sirva-me uma dose de sumiço. Ou um elixir

que aterrise os contornos das suas falanges

sobre meus tremores e, num raio de magia,

decolarmos para esta expedição exuberante,

onde serei o seu rei, e você a minha rainha.

E todos os versos perseguidos nas estantes

aparecerão entre suas curvas, pois da poesia

é o lar sob o azul dos seus buracos delirantes.

Às dez e quarenta e dois, encosto as cortinas,

e fecho os furta-cores da paleta da esperança.

O morro é ardósia. O céu teima e cintila, ainda.