Há janelas de aconchegos

Há janelas

De aconchegos

Solitários

Vidros

De segredos

Sufocados

Em escondidos

Desassossegos

Suspiros

De lembranças

Medos

Entontecidos

Por esperanças

Em leitos adormecidos

Há janelas

Lapidadas

Em sonhos imaginários

Onde os olhos

Brilhantes

E vagos

Por lá perdidos

Em eternos instantes

Sussurram gemidos

E cantam fados

Em sorrisos

Amargurados

Há janelas

Das despedidas

De orvalhos

Confundidos

Com as lágrimas

Névoas tristes

Em vidros

Quebrados de amor

Pela dor

Das feridas

Sangrantes

E emotivas

Há janelas

Transparentes

E puras

Abertas

Com correntes

Serenadas

De paz

De desejos

Prementes

Que me invadem

De promessas

Me viram às avessas

E te trazem

Docemente

Às lembranças

Na minha mente

Das saudades

E que voa

Nas tuas asas

Das liberdades

Sabes

Estás

Em todas elas

Sempre

Presente

Quer no abismo

Do sentimento

Que me atordoa

E que me assalta

De repente

Quer nas quimeras

Que se arrastam

Suavemente

Pelos ponteiros

Do tempo

Das esperas!

Luísa Rafael

Direitos de autor reservados

Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 30/12/2022
Código do texto: T7683358
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