TEMPOS DE FADA
Sinto saudades daquele que eu costumava ser.
Nos bons tempos em que o mundo
era maior do que minhas angustias,
nos dias claros onde era elementar saber o encanto das coisas vividas como se fossem sonhadas.
Sinto saudades da época ingênua em que meu eu cabia no vazio de algumas rotinas,
e era possível alimentar a pueril fantasia
de que era para mim que o sol brilhava
e a lua inventava madrugadas.
Pouco importava a realidade.
O mundo era meu brinquedo
e só existiam de fato as coisas que a gente intensamente imaginava ou sonhava.