Homem Humano Menino
Minhas vistas escurecem
Meus músculos tremem
Minha pele rubra
Meus poros úmidos
Meus pelos eriçados
Minhas mãos tensas
Meu olhar em luzes em cores
Minhas pernas trêmulas
Todo meu corpo em labaredas como coivaras a arder
Todo meu corpo
No teu corpo:
Quente líquido a jorrar de mim
como vulcão
E teu olhar de perfume leve, suave
Dentro do meu olhar transgressor,
rebelde
Eu a te fazer mulher, menina, inteira
E tu a dançar a canção com tanta boniteza com leveza e maestria
Na inteireza dos nossos corpos úmidos, quentes e sádicos
E tu em meus músculos rígidos, tensos, fortes,
E tu somente minha, em meus braços, entre minhas coxas
E minha boca a lamber o sal do suor do teu corpo inteiro
E tu úmida, molhada, suada entre meus pelos negros, eriçados por te desejar como eu sou : maluco, doido, alucinado, louco, torto, troncho, rebelde por te querer inteira
E me enlouqueço em sustentar a tua vertigem, teus delírios, teus devaneios, tua arritmia, tua agonia boa
teu pulso em descompasso sob o vetor da leveza dos meus dedos
Com lentas artimanhas
A me tornar homem humano menino
por entre as entranhas macias, quentes a iluminar meus segredos
E as flores a iluminar como testemunhas colorindo o futuro
Que se delineia como estrelas