Vocação de Natanael
Os gritos de hoje
movem menos
meu coração
que os silêncios de ontem.
As vagas lágrimas dos homens
(mimeticamente fabricadas
publicamente alegadas)
não cavam sulcos na alma...
São águas de um rio sem nome, correndo do nada
para lugar nenhum.
Eu lanço no limbo
: o simulacro de humanidade;
E voto ao fogo
: a víbora lacrimosa;
E escarneço
: a vítima ideal.
Mas a sombra amiga da figueira...(!)
onde, sozinho, às vezes me deito,
esta amiúde
me faz
chorar ...
E aquele que dá a vida pelos seus amigos...(!)
o doce orvalho madrugueiro,
que vela nos campos em secreto,
este faz
abalar
meu mundo
e pende meu rosto para o chão,
porque de mim dá testemunho...