Na Névoa
A alegria se evapora
Na melodia
Embaixo da ponte.
Sua imagem,
Seu busto farto e vivo
E as coxas arquitetadas
No profano.
Os joelhos em curva
E as pernas,
Uma miragem.
Os braços firmes
Na forma
Da imaginação
E na memória.
E o pecado?
Disforme.
A recordação e
A falta de ar
Na névoa, completas
À espera
E esperando
Por ela.
E o Sol levanta:
Oh, reviens, Soleil!
O equilíbrio se perde
Nas curvas dela.
Sinto falta do seu movimento.
Hoje
Talvez eu a encontre nas névoas.
Porque até na névoa,
No lugar em que eu esteja,
Vejo sua fôrma
Formada apenas para ser.