Esse Ano eu Morri

Não que eu não seja um sujeito de sorte

Embora em sopro, vida e morte.

Jogado a léu e a própria sorte

E fustigado, sem rumo e sem norte.

Venho me sangrando a cada dia,

Na intensa e desumana lida diária

Sem tempo pra alegria

A felicidade razão mais tardia

Posso não ser o príncipe encantado

Sou o pedreiro dos sonhos mais ilustrados

Açougueiro que desossa e fatia o passado

Tenho trabalhado pra cachorro

Esse ano sem seu beijo eu morri

Mas ano que vem eu não morro

(vã esperança)