Ah, o poeta!

Olha a armadilha!

De Pronto,o susto.

Não é só estrela que brilha,

Alerta em tom robusto.

Ah, leitor de gestos,

Esmiuçador de palavras!

Poeta e seus manifestos,

Olhos abertos, folhas molhadas.

Poeta é sofredor,

Sente as dores do mundo.

Poetisa seu torpor,

Parece que dá dor é oriundo.

Incompreendido sonhador,

Faz do razo tão profundo.

Vai do sonho ao real

Em frações de segundo.

Ah, poeta!

Sofre a dor

De toda alma é repleta ,

Sofredor de amor

Alma livre, indiscreta.

Te chamam louco,

Nobre vagabundo,

Mas quem por tão pouco,

Sentiria a dor do mundo?

Poetizando a rotina,

Enxerga todos os cantinhos,

Vê por entre a cortina

Lá fora os passarinhos.

Eles voam e vem

Assim como o poeta

Que voa além

De tudo que lhe acarreta.

Porque o poeta é sofredor,

Sofre a dor

Poetiza seu torpor

E não se entrega.