A minha escrita
A minha escrita
A escrita tem a calmaria de um coração puro calado que doi
Grita uma melodia em comoção de tudo o que é desejado e ainda não foi
Debita a emoção que transborda lentamente como lava de vulcão
Crepita o que guarda secretamente sem medos escorrendo pelos dedos da mão
Acorda num lampejo como faísca luminosa que rasga o imaculado papel
Ou desabafa em letra sedosa um desejo apaixonado com a doçura do mel
Chama um amor que vive em intensidade e nem sequer imagina
Ama com corpo e alma de mulher e ultrapassa com suavidade tudo o que não domina
Não tem motivos nem qualquer outro tipo inerente de motivação
Pode ser irreverente e fria ou ter a temperatura quente com a magia do coração
É despida de preconceito sem roupa numa alma docemente nua
Vem de um ser imperfeito numa linha louca sadiamente na lua
A escrita é tão somente uma parte de nós que já vive serena no coração desde a nascença
Não sei se será uma viciante prisão ou aliciante liberdade esvoaçante plena na sua sentença
Luísa Rafael
Direitos de autor reservados
Porto, Portugal