Tarde de Natal
Tarde de Natal
Hoje o jardim de minha casa tem melodia cantada de Natal
Assim caída do Céu há uma chuva prateada em gota celestial
Um véu de água perdida que se enlaça nas hastes do arvoredo
E desliza consentida pela verdura dos contrastes em segredo
Percebo que os fios gotejantes do firmamento são envolventes
Bebo dessa água de silêncios que abraça os pinheiros presentes
Vai anoitecendo e as estrelas descansam brilhantes no seu cume
Espreitam azevinhos rubros nas brechas deste intercalado verdume
E a chuva goteja intensa no terreno brando que a acolhe
Como quem beija cada recanto e a floração em carícias desfolhe
E nesta tarde de Natal saboreio as delicías da paz presenteada pela lenta solidão
O espírito se entrega ao devaneio do pensamento fugaz na ocasião
No momento o passeio me leva sedenta pelo caminho ajardinado com natural decoração
Vagueio num sentimento aconchegado tão calado quanto feliz no coração
Luísa Rafael
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Porto, Portugal