São tantas as pontas soltas

São tantas

As pontas soltas

Que deixaste

Bocas

Caladas

Por ti desenhadas

Nos beijos ardentes

Agora em inocentes

Esperas

Alucinadas

De nadas

Estrelas de quimeras

Que comigo

Percorrem estradas

Noite escura

À tua procura

Ilusões

Rendilhadas

No veneno

Do teu silêncio

Que de tão sereno

Me faz

Atordoada

Deixaste

De ti pedaços

Nos meus braços

Esmorecidos

Os de mim

Tu levaste

Tiraste

O meu sossego

Das madrugadas

De paz

E ficaste

Com o teu desassossego

Estamos

Como ficamos

Perdidos

Um do outro

Nos desencontros

Das saudades

Nos encontros

Das verdades

Em silêncios

Suaves

Nas encruzilhadas

Das hesitações

Ruidosas

No barulho

Louco

Das emoções

Harmoniosas

Mas é tão pouco

Sabes

São tantas

As pontas soltas

Porque não voltas?

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 24/12/2022
Código do texto: T7679142
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