São tantas as pontas soltas
São tantas
As pontas soltas
Que deixaste
Bocas
Caladas
Por ti desenhadas
Nos beijos ardentes
Agora em inocentes
Esperas
Alucinadas
De nadas
Estrelas de quimeras
Que comigo
Percorrem estradas
Noite escura
À tua procura
Ilusões
Rendilhadas
No veneno
Do teu silêncio
Que de tão sereno
Me faz
Atordoada
Deixaste
De ti pedaços
Nos meus braços
Esmorecidos
Os de mim
Tu levaste
Tiraste
O meu sossego
Das madrugadas
De paz
E ficaste
Com o teu desassossego
Estamos
Como ficamos
Perdidos
Um do outro
Nos desencontros
Das saudades
Nos encontros
Das verdades
Em silêncios
Suaves
Nas encruzilhadas
Das hesitações
Ruidosas
No barulho
Louco
Das emoções
Harmoniosas
Mas é tão pouco
Sabes
São tantas
As pontas soltas
Porque não voltas?
Luísa Rafael
Direitos de autor reservados
Porto, Portugal