EROS (*)
O poema semeado
N’areia da praia aberta
Já cresce.
Planto praias na palavra
E o sal, em gotas miúdas,
Floresce.
Num esquece do sol, amiga,
Do bronze que o abandono
Esmaece.
Planto sal na minha língua
E minha língua amanhece;
Tua mocidade se inscreve
Se esquece.
(*) Do livro O Velho Testamento, ed. do autor, 1988.