"MEMÓRIA APAGADA" Poema de: Flávio Cavalcante.

MEMÓRIA APAGADA

Poema de:

Flávio Cavalcante

I

O que me resta são as poucas lembranças

Parte das memórias não as tenho comigo

Tudo se findou como a mente das crianças

Apagadas desde o desprendimento do umbigo

II

A memória ceifada no decorrer do crescimento

Traz à tona todas as lembranças de outrora

Quem relaxa e não se abala pelo Vencimento

Entende que a sua memória já é uma senhora

III

Foi levado ao léu pelo vácuo do esquecimento

Tudo que eu havia programado pra toda a vida

Minha memória espalhada sem ressentimento

Uma unha suja e afiada, fincada em minha ferida

IV

Memória apagada é uma agulha no palheiro

Sabemos como acontece; mas, difícil de entender

Uma planta que precisa ser regada no canteiro

Ou um sol tépido e morno que acaba de perecer

V

Eu não quero que está memória seja apagada

Valorizo cada lágrima de cada lenço molhado

Na mais bela porcelana dou minha pincelada

Pra deixar acesa as memórias do meu passado

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 23/12/2022
Reeditado em 24/12/2022
Código do texto: T7678531
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