Às vezes sou maré revolta

Às vezes

Sou maré revolta

Pintada de espuma

Solta

Pelo ar

Como se fosse voar

Contra um rochedo

Num acto

De coragem

Sem medo

Num frente a frente

De bravura

Ou talvez

Loucura

Inconsciente

Sem porquês

E de repente

É só ternura

Um escorregar

De sedução

Ao viajar

Por aquela aridez

E regressar

Ao mar

E beijar, beijar

Em harmonia

Outrora

Águas bravas

Agora

Maresia

Numa carícia

Constante

Delícia

De amante

Como se a rocha

Fosse seda

Atrai uma labareda

Em chama

De um coração

A navegar

Nas insondáveis

Misteriosas

E deleitosas

Águas

Da paixão!

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 23/12/2022
Código do texto: T7678522
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