A mala para o novo ano
A mala para o novo ano
A estrada é longa e desliza incontrolável no nosso pé
Somos embalados em onda indecisa de fadada e indubitável maré
Deixamos os passados para onde de vez em quando olhamos
Rogamos a Deus sonhos ansiados e nessas asas divinas nos céus voamos
A bagagem é leve para não pesarmos os movimentos do destino
Para a viagem apenas preciso dos sentimentos que na verdade não domino
São de uma volatilidade emotiva que exalam da mala perfumada
Por isso vou despida na minha sensibilidade que exala uma alma desnudada
Assim sendo até nem quero qualquer excedente e desajeitada mala
Basta olhar para mim calada que o coração sorridente fala
Levo o que recebi docemente e o que dei por quem na vida passei
Porque tudo o que confidentemente ofereci elevou a minha alma e também ganhei
A quem me feriu eu abro os braços do esquecimento e perdoo sem ver quem
Num acolhimento sentido para que a vida seja de abraços que me perdoem também
Luísa Rafael
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Porto, Portugal