MORTE AO LENHO
Vejo um cadáver
Deambulando
Mergulhado em veneno.
Sem alma
Sem chão
Sem razão.
Alguns morrem.
Outros morrem mais.
Não há ressurreição!
O morto em nua caveira
Assombra a sombra da lua,
Escorre no oculto
Da escuridão
Tão profunda
Quanto funda
Sua sepultura.
É veneno a ingratidão.
Avesso da verdade,
Lápide do amor intangível.
Ninguém lembrará do dia
Em que foi um homem.
Enjaulado em futuro
Esquálido
Fita de longe a vida,
Sua paixão,
Sua morte.
Vejo um cadáver.