MORTE AO LENHO

Vejo um cadáver

Deambulando

Mergulhado em veneno.

Sem alma

Sem chão

Sem razão.

Alguns morrem.

Outros morrem mais.

Não há ressurreição!

O morto em nua caveira

Assombra a sombra da lua,

Escorre no oculto

Da escuridão

Tão profunda

Quanto funda

Sua sepultura.

É veneno a ingratidão.

Avesso da verdade,

Lápide do amor intangível.

Ninguém lembrará do dia

Em que foi um homem.

Enjaulado em futuro

Esquálido

Fita de longe a vida,

Sua paixão,

Sua morte.

Vejo um cadáver.

Ancelma Bernardos
Enviado por Ancelma Bernardos em 22/12/2022
Reeditado em 03/01/2023
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