De repente
Acho que sem perceber mentalizei com certa nostalgia o exato sentido pleno da vida, me vi a meditar diante de minha própria janela.
Sentir por entre os dedos os últimos raios de sol se despedirem entre meus sonhos,dois grandes polos: Meu inicio nos corredores de uma infância coloridas de amigos nos gramados festivos de encontros em noites de serenatas. Minha árvore hoje frondosa querendo um retorno saudoso acenando no topo de uma montanha sem volta.
Não é para lá que vou já foram percorridas tantas primaveras onde deixei minhas poesias cravadas nos troncos de oliveiras.
Não mais vestirei as mesmas roupas rasgadas nas brincadeiras de rodas e nem esconderei as marcas de chocolates deixadas nos rostos dos companheiros em tardes de verão.
Não me explicaram o porquê da brevidade da inocência aflorando na pureza de um beijo dado na flor da juventude.
Não pude ler o livro de um tempo onde só se falava do amor ao próximo.
Ainda me restam poucos dias diante da longevidade estampada no quadro da era que insiste em correr contra meu próprio tempo em direção ao silêncio da noite.
E agora?Que faço para perpetuar esse calendário escrito com esmero e lucidez uma vez que devo prosseguir.
Não voltarei para o mesmo palco pois o cenário me manda ir apenas, devo futurar.