Neva amor

Na minha mão carente em apelo de acolhimento

Neva o teu coração quente com o gelo do sentimento

Leva embora este frio que se apressa e me arrefece

Agora começa o Inverno e o meu corpo vazio de alimento aquece

Não preciso de uma lareira cansada a aconchegar

Já tenho a minha fogueira enamorada a crepitar

Uma brasa avermelhada de cinzas adormecidas incandescentes

Nesta minha casa desassossegada de ilusões aquecidas ardentes

Vem derreter esse manto nevado que exsudou das tuas feridas

No meu amor feito saudade que te dou no prazer em contrapartidas

Tudo será perfeito neste querer que sem saber já entrelaçou as nossas vidas

Vem que os nossos lábios amenos e pálidos ficarão doces de amor e avermelhados

Como chuviscos ávidos que deslizam ao sabor da inclinação dos telhados

Nesta estação em que a volúpia e a paixão vivem em em pequenos toques aveludados

Luísa Rafael

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Porto, Portugal