Cortejo férreo
Segue o cortejo do ferro
Pelas ruas pétreas de Areia
Por onde a viga passa
A curiosidade do povo semeia
Seis homens fortes seguram
A vida na dura peleja
Como o barco viajante
No meio da cidade veleja
Ao fundo, a velha igreja
Que sustenta a nossa alma
No dia em que se perde a calma
E nas horas que a vida viceja
É de ferro os ossos do pobre
Em que a fome vai corroendo
Contra a ferrugem da história
Que a poesia segue tecendo
A rede viva da memória
De quem vai sobrevivendo