A noite em que você fugiu depois das 12

Você chegou as nove,

e eu pensei,

"Finalmente,

estamos aqui."

Mas então,

quase que imediatamente,

tive que jogar

aos teus pés,

tudo o que eu tinha me convencido

a parar de sentir,

e seguir,

ladeira abaixo,

com a minha razão.

Meu coração

estava de volta,

no comando

e eu perdido,

ainda mais...

invejando o calor

ao redor

dos dedos de minha mão,

que tinham chegado primeiro,

e mais longe

do que toda a ilusão

que eu vinha tecendo.

E eu pensei

em te dizer

com toda a sinceridade,

que me restava,

que eu não acreditava

nas tuas razões,

e nem queria.

Mas quase perto das onze,

você se abriu

por um segundo,

e eu pude entrar,

e ver,

um pedaço do seu mundo,

e todo o resto

que você me escondia.

Você sorriu,

mas eu sabia,

que faltava pouco

muito pouco,

para nosso último drama

acabar.

Mas enfim,

fechei os olhos

e me deixei perder

no seu cheiro,

e no gosto

de saber

que de alguma forma,

eu podia te tocar.

E que talvez

antes das doze,

eu pudesse te arrancar

do meu peito

e enfiar de volta

todo o sentimento

bem fundo,

num momento,

numa noite,

particular demais,

para esquecer.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 18/12/2022
Reeditado em 18/12/2022
Código do texto: T7675011
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