São Paulo

Navego na solidão

Do meu ser

Tenho sede

De um líquido

Que não encontro.

O meu mundo não é este

Navego no coração

Da cidade.

A cidade grita

Os ecos da minha voz

Muda.

A retina das minhas pupilas

Retém as imagens

Do vento.

A luz da cidade

E este lago

Me invadem...

Não quero morer

Nem quero viver

Nem me basta

Ficar aqui

Refletido no lago

Cansado

E menos amado.

Navego na solidao

Do meu ser

E este lago

Invade o meu mar

E o meu mar

Me invade também..

O limite do canto

É a voz

E eu não sei cantar

O limite da vida

É o amor

E eu não soube

Amar.

E na solidão

Do meu ser

Eu naufrago.

Sem mar

Eu não vivo

Da solidão sobrevivo...

E o canto

Neste recanto

Invade a solidão.

Pássaros respondem

Ao canto que não canto

E sufocam o meu pranto...

E o mar de maria

Não mais me sacia...

Não quero sofre

Mas sofro

Não quero sonhar

Mas sonho

Não quero viver

Mas vivo

Não quero morrer...

Não quero navegar

Mas navego na solidão

Do meu ser.

Quero chorar

Mas não choro

Quero gritar

Mas não grito

Quero lutar

Mas não luto

Quero viver

Mas não sei.

Nem pranto

Nem canto

Nem cidade

Nem campo

Só esta dor

Que arde

Solidão que invade

Nesta dura realidade...

Ah! Parque do Ibirapuera

Rins da cidade,

Onde tento eliminar

As escorias da minha

Solidão.

José Marcos Ramos
Enviado por José Marcos Ramos em 06/12/2007
Reeditado em 06/12/2007
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