Lágrimas aveludadas
Lágrimas aveludadas
Quantas cadeiras paradas de esperas
Almofadadas por veludos de quimeras
Viveram escuros de desalento
Desbotadas pelas lágrimas do tempo
Quantas sentiram o peso das noites vazias
Acolchoadas em plumas leves e sombrias
Aconchegos carinhosos de segredos
De rostos desvanecidos em emaranhados cabelos
Quantas sentiram as ausências das distâncias
De olhos pensativos perdidos em relutâncias
Baloiços indecisos de dores e apelos
Quantas segredaram aos ouvidos esperanças em amores e fantasias
A almas aprisionadas nas feridas das saudades
Que se embalavam nos gemidos e gritos das fragilidades!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal