Mané

Criado na roça

filho do seu Zé

morando numa choça,

apanhador de café,

pé descalço

e chapéu de palha

camisa remendada...

Meu nome é Mané.

Recostado ao fogão de lenha,

entre dedos, fino paieiro,

soltando fumaça qual chaminé

no rádio, modão do sanfoneiro,

ritmando com pé

acompanha ligeiro,

prazer companheiro...

Meu nome é Mané.

Pele queimada

ao sol escaldante

não teme o instante

pois sabe quem é,

na labuta do dia

sem harmonia

assim preludia...

Meu nome é Mané.

Sempre pacato,

sujeito educado

do jeito que é,

simples campônio

aguarda Santo Antônio

conceder-lhe o sonho

de um matrimônio...

Meu nome é Mané.

Não é preconceito,

Manuel, dá trabalho exprimir,

sabe como é,

entenda direito

esse conceito,

se não conseguir,

vou consentir...

Meu nome é Mané.

Erick Leite
Enviado por Erick Leite em 17/12/2022
Código do texto: T7674315
Classificação de conteúdo: seguro