Está escrito
me sirva um poema
brega e forte
o barulhinho bom
daquele que não me quer
no desespero
de imaginar você passando
entre os passantes
tão infame
sem sequer me ver
preciso de um mal olhado
que seja
quero os calos do seu sapato
procurando por mim no amanhã
desejo o altar
mesmo que o vestido
não tenha caimento
pois já não tenho grana
pra pagar o aluguel
dessa dor por escrito