Prisioneiro
Sou um prisioneiro de mim mesmo,
Vivo entre eu e a poesia.
Nada intervém, nada é à esmo,
No fundo, há imensa alegria.
Sou um prisioneiro do amor,
Não conheço a pessoa amada.
Vivo entre o gozo e a dor,
Tudo é como um conto de fadas.
Sou um prisioneiro da virtude,
Preso na caserna da ilusão.
Vivo sempre assim, muito amiúde,
Sem muita ventura e solidão.
Sou um prisioneiro da ternura,
Vivo entre o ódio e o amor.
Tenho em meu ser, muita candura,
E disperso o pranto e o desamor.