Não entendo
Não entendo
Esta ousada intromissão
A que te atreves
Com o meu coração
Vou-te vendo
Sorrindo
Com os olhos alegres
Pousados
Nas janelas abertas
Do meu pensamento
Com os canteiros leves
Da saudade
De flores
Ao vento
Perfumadas
De felicidade
Só de passares
De repente
Nos bordados
Soalheiros
Calados
Da tua espera
Vais fugindo
Irreverente
Dos meus lugares
Intercalando
Indo e vindo
Nas frestas dos sentimentos
De uma luz sincera
Dos cortinados
Rendados
Por onde espreitas
Os teus amores
E beijas
Os meus
Com toques de suavidade
Por mãos
Mais que perfeitas
E lábios
De impetuosidade
Momentos
Por mim tão esperados
E que tanto peço
Silenciosamente
Mesmo de olhos fechados
Te reconheço
Te chamo
Docemente
Com o carinho
Para o recanto
De sempre
Esse teu poder
Perturbador
Que amo
Intensamente
Em que enlouqueço
Nesta tua vivência
De amor
Em permanência
Na minha mente!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal