DEPENDENTE DO LIXÃO

Dentro de um lixão lá está

A escória de todos

Da namorada

Dos amigos

Das amigas

Aquele objeto que por vezes

É grande

É pequeno

Uma vez perguntei-o sobre quem é

Ele só remeteu que ele é aquilo

O qual o meio está a apresentar

Falou se estás no lixão

É onde merece estar

Onde tem que estar imerso

Já confiou em amores

Agora mastiga todas as flores que recebeu

E cospe todo dia as dores

Quando menos se espera de um lixão surge

Uma flor com espinhos que encrava-o e marca-o

Mais ainda

Muita dor ele grita

Pelos olhos

Uma pronfundidade dentro do balde lixo

Ele tenta caber nos poços sujos

Mas, por qual motivo?

Poços rasos e cheios de merda

E ele que já viveu entre os montes mais altos

Com sua coruja e fé

Agora vive nesse lixão

Às vezes, por opção

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