Lembrança natalina...

Quando se aproximava dezembro

Lembro que nos reuníamos a sala

Abríamos as caixas guardadas ano após ano , tirávamos os enfeites de natal e pendurávamos a árvore , já previamente montada por nossa mãe na madrugada anterior.

Era um evento de alegria e esperança

De sonhos, vontades e desejos

Uma junção familiar aconchegante, uma experiência indizivel ...

Era o gosto palatável da infância.

E íamos colando meias coloridas em todo canto , em cada meia um pedido diferente descrito textualmente em forma de carta endereçada a um velhinho bondoso que vinha no crepúsculo de natal distribuir presentes a todos que o esperassem, sobre tudo com fé.

E fé é o que nao falta as crianças.

Mas o tempo passou muito rápido e de repente a infância se foi .

Véio o amanhecer da vida adulta e o esquecimento das tradições

Veio a revolução religiosa, as mudanças de padrões e o coração endureceu.

Os irmãos espalharam -se pela vida a família encolheu .

Uns nem se falam , outros calam a indiferença dos seus

Quando a vida adulta chega a esperança vai embora sem dizer adeus.

Mas eu ainda sinto o arrepio na minha tez, um frio que me envolve toda vez que sinto o cheiro de terra molhada no mês de dezembro, o silêncio nublado da chegada da chuva ,a fina brisa que vem de algum lugar inexplicavelmente na antevéspera.

E essa percepção me faz pensativo...

É triste, muito triste , mas os adultos não acreditam em papai Noel , e assim sendo a árvore também não tem nenhum valor.

Aí...que vontade de voltar ao alvorecer de minha infância

E voltar a reunião natalina

Juntar toda a família com eufória de criança...

E poder replantar em minha casa,a árvore toda enfeitada a noite toda iluminada de alegria e de esperança...

Martins júnior
Enviado por Martins júnior em 15/12/2022
Reeditado em 15/12/2022
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